DEVANEIO NOTURNO
O vento uiva no telhado desta casa
Entra pelas frestas uma aragem fria
Me aconchego e o pensamento vaza
Liberta-se na noite e vai fazer poesia.
Vai buscar a amada que está distante
Vai levar a ela meu beijo apaixonado
Carregar-me no vento para ser amante
E, em pensamento, deitar do seu lado.
Pra fazer amor em um lençol macio
E, depois do ato, seu sono embalar
Cobrindo seu corpo se vier o frio
Cantando em seu ouvido canção de ninar
De forma que nosso mundo não seja vazio
Pois mesmo distantes podemos nos amar.