ROMEU E JULIETA

Certo tempo em Verona,

Entre clãs tradicionais,

Um conflito veio à tona

Por convenções sociais.

Montecchio e os Capuleto -

Um dissonante dueto -

Eram inimigos mortais.

Fez o destino um transvio,

E o filho único - Romeu -

Da família Montecchio,

A Julieta conheceu.

Ela era da família

Capuleto, única filha.

E olhem o que aconteceu.

Foi num baile, mascarados,

Que os dois se conheceram.

Ficaram apaixonados,

Tanto que nem perceberam

Que, de famílias rivais,

Eram inimigos seus pais,

Mas, eles nada temeram.

No entanto, antes de ser

Essa história concebida,

Vivia, a seu bel prazer,

Cada qual a sua vida.

Ela estava apaixonada

Por Páris, um camarada

À quem era prometida.

Romeu estava enamorado

De uma certa Rosalina,

E já tinha planejado

Declarar-se à menina.

Mas, tal não aconteceu,

À Julieta conheceu

E mudou a sua sina.

Ele ficou encantado

Por aquela silhueta

Sob o rosto mascarado

Que escondia a faceta

De uma jovem muito linda

Que não conhecia ainda,

E que era a Julieta.

Desmanchou a pretensão

Que tinha com Rosalina

E seguiu seu coração,

Pra o seu bem ou sua ruína.

Julieta também mudou

Seus planos e abandonou,

Da sua família, a rotina.

E decidiu não casar

Com o que era seu pretendente.

E à vontade familiar

Não foi mais obediente.

E entre eles acordados,

Estavam determinados

A um futuro diferente.

Alguns dias se passaram

Daquela festa e, enfim,

Eles dois se encontraram,

Romeu foi até o jardim

Dos Copuleto e falou

Com sua amada, que calou

Para ouvi-lo até o fim.

Ela estava na varanda

Ouvindo dele o clamor.

E eles naquela demanda

De viver tão grande amor

Olhavam-se mutuamente,

Era uma paixão ardente,

Mas que causava temor.

Após Romeu confessar

A ela seus sentimentos,

Ambos juraram se amar

E viverem seus intentos

Na maior felicidade

Juntos pela eternidade,

Curtindo imortais momentos.

Estava o casal decidido

A seu grande amor viver,

Que era um sonho proibido,

Mesmo contra o querer

De suas famílias queridas.

E, casar-se às escondidas,

Decidiram, sem temer.

Romeu foi ao Frei Lourenço,

Que era o seu confidente,

E pediu ajuda, tenso,

Não podia ser diferente.

E, por crer que isso podia

Trazer de volta a harmonia,

O frei é condescendente.

Querendo entornar o caldo,

Pra de Romeu se vingar,

O primo dela, Teobaldo,

Quis com ele duelar.

Contudo, Romeu rejeitou,

Mas Mercúrio o aceitou

E foi morto em seu lugar.

Romeu ficou furioso

E a Teobaldo matou.

E o príncipe, furioso,

De Verona, o condenou.

E Romeu foi exilado

E de morte ameaçado

Por quem o sentenciou.

No entanto na despedida,

Passaram a noite juntos.

A primeira vez na vida...

Falaram muitos assuntos.

Foi uma noite incrível,

Para os dois, inesquecível...

Um era do outro adjunto.

Julieta, sempre esperta,

Entrou em desespero quando

Fez a triste descoberta

De que estavam os pais tentando

Casá-la rapidamente

Com Páris, seu pretendente,

Que não estava mais amando.

Com ajuda de Frei Lourenço,

Ela decidiu tomar

Uma poção que - dispenso -

Como morta a fez ficar.

Seu "cadáver" encontrado,

Funeral organizado

E a família a lamentar.

Ao saber triste notícia,

Que a sua mulher "morreu",

Na mais insana estultícia,

Desesperado, Romeu

Comprou uma substância

Que, por sua ignorância,

Levaria ao termo seu.

Ao encontrar Julieta

Na cripta desacordada,

Ante a funérea saleta,

Creu na morte da amada.

E o veneno que comprou

E trouxe, logo tomou,

Tendo a morte confirmada.

Quando Julieta acordou,

Ao descobrir que o amado

Por ela se suicidou,

Soltou um triste e alto brado.

E, com um punhal suicida

Ela tirou sua vida.

E, enfim, tudo consumado!

Essa história de amor,

É bem mais uma tragédia.

O consolo, em meio à dor,

Foi saber que, a certa média,

Suas famílias decidiram

Viver em paz, e cumpriram.

E hoje estão na enciclopédia.

Releitura poética da tragédia

ROMEU E JULIETA,

de William Shakespeare.