Mnemósyne

Palavras estão na vestimenta das coisas,

Omitindo-lhes a epiderme, as veias,

O sangue e a alma.

Palavras são o esconderijo do sentido,

E nunca alcançarão a verdade essencial

Que a tudo move.

Palavras estão na língua de Mnemósyne

No beijo da letra, entre os dentes

Da estridência.

Palavras estão no dorso da fala indigente,

Na mendicância vernacular e cretina,

E são vazias.