B O R D E R's

Cansado de ser eu.

Pensa que é fácil?

Experimenta o sabor

de menta que exala

do meu odor, pura dor

mesclado com chocolate.

Cruz credo.

Colérico, neurótico

psicótico, apoteótico

hiperboloide… duro osso.

Fragrância para aqueles

que trafegam entre o oito,

versus oitenta.

Nebuloso, amoroso, cuidador

mentecapto

inspirado

chateado.

Um mistério, sem ministério.

Euleotério.

Cardiopata, nato

principado, potestade

milagre… decoro

uma regra d’oro

meteorito feito de

argila, vaso de óleo

moldado segundo seus

costumes… húmus.

Medinense, beira rience

favelado: e daí mandaqui

estou sempre por aqui

ali, sem beira, nem eira

desnorteado, vagando

por si mesmo em busca

do outro perdido. Eu.

Bendito, cozido no

azeite de mamona,

carrapateira na esteira

de taboa, resina de serrote

olha meu porte, sem norte

na veia ressequida de

tantas partidas sem retorno

Um estorvo.

Caridoso, consertar-dor

pelo menos na ilusão de

que pode, melhor não…

porque quem com o ferro

feriu, não pode participar

do julgamento. Tio Bento.

Virginiano, bem nascido

sucedido? Não sabe, quem

dirá se um dia, irá se

santificar na humanidade

de todas as cores, borboleta

lagarta, metamorfose

mariposa, pousa, para

não perder as asas.

Livre, solto como balão

sem corda, acorda, anda

levanta-te cego, surdo, mudo

leproso… tua sina é Lázaro

e na tumba da catacumba

não restou o nunca será.

Ontem não, amanhã talvez

só mais uma vez para dizer

que vivo restou, essa pitada

de sal que adoça o açúcar

na sua boca com gosto de mel.

Olha aí, sou anel, sem extremos

marcado pelo meio de tudo que

aconteceu… amanheceu.

Coitado jamais serei, berrei

transtornado, não quero

diferente, deferente, sempre

em frente na busca do pedaço

que não foi gerado, criado,

substanciado… transformado.

Amado, desejoso de poder

retribuir o amor que clama

ama nossa pátria, divina

Malvina… novinha.

Findado no aço do ouro

de ofir, vem vir, poço

de Jacob, Mimoso

treloso, maldoso

excepcionalmente inteligente

potente, credente.

Absolvido, reconstruído.

Desenhado, marcado

amante das letras, leitura

aventuras de saguim

menino grande do pari

22 de maio - 39.600.000

endereçado ao nada

barraco de São Pedro.

Sem medo de se perder

bater com o calo no chão

prisão… me livre, mineiro,

nunca mais.

Dor de dente, ardente

absolvido pela demência

que balbucia as ias de

tantas Marias jogadas as

traças, ancestrais, matriarcas

marcadas para morrer, criando

gerando o décimo terceiro.

Salário? Não!!! Filho cem desejos.

Perdoado… livrado do mal

do purgatório, sanatório

Anatólio… criatório de imagens

fantásticas sem fantasias

cravejadas pelo limbo

dos devaneios de Nero,

meu berro de madrugada

quando pela fresta da

parede tudo emergia

até mesmo a sangria do

bicho que se azulava na

pedra sem valor… amargor.

Conectado

sempre on line, atento, presente

aparentemente parecido com a

luz trêmula de um poste velho

que não resiste mais. Manoel.

Off não se traduz, quem sabe seja

aff, Aline, onde está Ciro macumbeiro

aventureiro, parteiro, doutor das

pragas de um povo deixado para

perecer, até mesmo morrer.

Não importa, minha memória

coisas a deriva do barco pesqueiro

olha só quem dorme na proa

cabeça no travesseiro, pedaço

de tábua dura, que nem jurema

seca, pronta para se dissolver

no fogão de seu Sebastião.

Coração… oração… ditado

por uma Palavra antiga

dos tempos de Maomé,

atravancada por Moisés,

sujeito calado e nobre,

cujo aporte deixou para

trás, caindo de um beiral

adeus meu carnaval, lá

deixando suas ferramentas

ao léu do céu na carpintaria

de seu Zé de Lino.

Mente, essa não, confusa

no fuso ao fiar o algodão

para criar a linha que irá

tecer o tecido do qual será

bordado. É isso!!!!!!!!!!!!!!!!!

Praga ruim. Agulha, linha,

arco e dedos furados pela

cólera a se consumir.

Queria só dormir para

depois acordar, na certeza

que no sonho eu podia, mas

na realidade eu não posso

mais… adeus confiança, bonança

de um tempo que não voltará

mais… fazer o que. Saber que

um dia chegarei lá, cansado

debilitado, mas encorajado

no leito onde fui criado e que

mesmo sem leite, menos ainda mel

sou rapunzel.

Veja minhas tranças

feitas nas andanças deste

país das maravilhas, Alice

O coelho nós comemos

para matar o verme que

causava o buraco da solidão,

Antão…

Nem grego, menos ainda troiano

sou baianeiro, minerando

grande sertanejo, pelejando

para da morte escapar e

quiçá a minha história contar.

Seu moço, eu ouço

Não grite, porque aqui

me afirmo e digo… é para

Lá que um dia eu quero voltar.

Por enquanto, por aqui me

esbarro para meditar, contemplar

o minguado do nada que prosperou

e hoje virou escritor

das dores alheias poder

pleitear.

Ré-contá-las…

Assinei, vicejei.

O que mais queres?

Um alqueire? Esta aí,não conheço.

Terra não é para mim… senão para amassar

um adobo para pintar meu rancho, porque

se um dia puderes me

visitar é lá que te receberei de

braços abertos a configurar

neste meu jeito cabreiro de

desconfiar confiando naquilo

que ainda está para existir…

Meu partir.

São dezoito horas

e os sinos da velha igreja

badalam avisando que

neste mundão de Deus

mais um apareceu, se vai

ficar eu não sei…

depende de quem o adotar.

Alegria, Macarrão

palhaço sem picadeiro

a sorrir, quando a fome

se faz careta a ameaçar

o verso e a prosa, dizendo:

aqui tu não irás cantar.

Gracejei e com Janinha

me casei e três catarrentinhos

criei, cada um melhor do que o

outro. Um doutor, o outro a filosofar

e o terceiro… o bichinho, se esconde

na noite para construir, o que no

sol quente, nem parente arrisca ficar.

Curiango.

Zefei… repousei… contei

Abrace quem me queira

abraçar, me afaste que possas

odiar-me. No entanto não venha

com candongas de que, por não

ser filha da outra, sou filho da mãe

que me propusera a viver o padecer

neste mundão da ilusão, onde falta

o pão da educação para nós dois

aprender… está dizido, esse mal

grito. S o c o r r o!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

17.11.2024

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 17/11/2024
Código do texto: T8198904
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