CHALEIRA

A cabeceira da cama

Repousa olhando

A cortina fechada

De portas trancadas,

O guarda-roupa espera,

Sem pressa, alguém lhe abrir.

Rastro de vinho turva

Um verso no papel

Sobre a mesa do canto

Lá fora, os tambores da chuva

Suspendem o canto do bem-te-vi

E o voo dos pardais

E tudo silencia querendo ouvir

O som da chaleira que convoca:

O café está pronto pra servir

Nilce Delunardo
Enviado por Nilce Delunardo em 16/11/2024
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