CHALEIRA
A cabeceira da cama
Repousa olhando
A cortina fechada
De portas trancadas,
O guarda-roupa espera,
Sem pressa, alguém lhe abrir.
Rastro de vinho turva
Um verso no papel
Sobre a mesa do canto
Lá fora, os tambores da chuva
Suspendem o canto do bem-te-vi
E o voo dos pardais
E tudo silencia querendo ouvir
O som da chaleira que convoca:
O café está pronto pra servir