O ciclo das formas
Em mosaico, fé, Bizâncio se reflete,
Na pedra o românico, circular, ecoa,
O gótico, esguio, ao céu se arremete,
Renascença despertada, em Lisboa,
O Maneirismo distorcido, se repete,
O Barroco, pérola, em luz e sombra voa.
Rococó, na leveza, bem flutua,
O Neoclássico, em traços, sem arestas,
Romantismo, em emoção, sussurra,
O Realismo em sua face manifesta,
Nouveau, natureza, curvas insinua,
E a beleza, em traços, assim, se gesta.
A impressão na luz se dissolve,
Pós-impressão textura e cor define,
Contemporâneo, original que envolve,
Que a alma, na tela, ilumine,
Humanismo, compaixão que revolve,
Do pincel, rebenta, pois, grito sublime.
Eis que as eras, em linhas, se tocam,
No traço, no corpo, belas formas...
Arte, toque, que o espírito invoca,
Romântica e concreta, que transforma,
Do arcaico ao moderno, e nos molda,
Em vida que pulsa e se reforma.
Messias, 15.11.24