Cena de subúrbio
Tonhão passa e convoca:
– Pra farmácia.
Zeca atende.
Vão os dois pro boteco.
Pinga vai, pinga vem, só na vírgula, sem ponto final.
Passa Antoninha, despreocupada, na rua descalçada.
Zeca grita baixo ‘gostosa’, com o ‘o’ bem esticado e a língua toda enrolada.
Tonhão quase consegue levantar o braço pra soquear.
Na frente do boteco, os dois, em decúbito ventral, compartilham o sono da paz.