O desiludido
Vivo errante porque não sou filho de ninguém;
sou filho do momento.
Filho da alvura itinerante
e da quietude do tempo.
Fugidio como a sombra do vento
de extrema e sóbria verdade.
O semblante ao qual contemplo
é o semblante da realidade.
Meus olhos não são de ouro fino,
mas do mais puro céu e pensamento.
Guardo cidades inteiras na memória
e vidas constantes no meu lamento.
Vivo, assim, errante como o vento
para mostrar a todos meu desalento:
o desalento de compreender o mundo,
ignorando o seu modo fraudulento.
Conheça o meu blog: oventoepistolar.blogspot.com