Cidade Imutável, Corações Distantes, Uma Angra dos Reis Solitária!
Volto à cidade de tempos passados,
onde o tempo, parece, não quis avançar,
as ruas, as praças, as casas paradas,
mas os rostos se foram, não há quem lembrar.
As pedras são as mesmas, gastas,
os ventos sopram igual no mar,
mas o eco que antes cantava meu nome,
agora só o silêncio vem me chamar.
Os amigos sumiram na curva da vida,
como sombras que o sol dissipou,
e fico sozinho nas ruas vazias,
com a sensação de que o mundo mudou.
O que é o lugar, se não os sorrisos?
O que é o lar, se não quem está lá?
A cidade ficou, mas eu já não fico,
pois não há mais ninguém para me encontrar.
Ficam as memórias, soltas no vento,
como folhas que caem e se vão,
e eu sigo andando, sem rumo, sem prumo,
perdido em minha própria recordação.