ÁGUA

Esse teu corpo disforme e perfeito

Ocupando espaços e cantos

Corre em filetes ou em grandes leitos

Cai de pé correndo deitada

Quando escorre do céu

Às vezes garoa, outras chuvarada

No teatro da vida tens o papel

Sem o qual o resto é nada

Lavas meu dia sujo de leões

Senhora de muitos caminhos

Em chapadas, baixadas, sertões

Artista de múltiplas cores

Ama o verde e o cultivar das flores

Molhas meu rosto no amor ou na mágua

Meu planeta se chama Terra

Injusto. Deveria levar teu nome: Água

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 15/11/2024
Reeditado em 15/11/2024
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