ÁGUA
Esse teu corpo disforme e perfeito
Ocupando espaços e cantos
Corre em filetes ou em grandes leitos
Cai de pé correndo deitada
Quando escorre do céu
Às vezes garoa, outras chuvarada
No teatro da vida tens o papel
Sem o qual o resto é nada
Lavas meu dia sujo de leões
Senhora de muitos caminhos
Em chapadas, baixadas, sertões
Artista de múltiplas cores
Ama o verde e o cultivar das flores
Molhas meu rosto no amor ou na mágua
Meu planeta se chama Terra
Injusto. Deveria levar teu nome: Água