SEM RAZÃO APARENTE

SEM RAZÃO APARENTE

Sem razão aparente

A tristeza desperta

Numa primavera

Agora quase em flor

Ar e mais ar em ares

Eu habitante sem vento

Escravo do tempo

Alternando entre cores

Azuis brancos cinzas róseos

Num céu distante

Pisando terra úmida

Movendo-me aqui

Sem pressa ou destino

Entre corolas multicor

Ausentes de mim

Tão perto do fim

Da avenida que parece eterna

Mas morre a cada esquina

E ressuscita diferente

Com frutas aos pés

E onde fenecerei

Abaixo de folhas

No subsolo do dia

E tudo será noite

Na terra silenciosa

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 14/11/2024
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