SEM RAZÃO APARENTE
SEM RAZÃO APARENTE
Sem razão aparente
A tristeza desperta
Numa primavera
Agora quase em flor
Ar e mais ar em ares
Eu habitante sem vento
Escravo do tempo
Alternando entre cores
Azuis brancos cinzas róseos
Num céu distante
Pisando terra úmida
Movendo-me aqui
Sem pressa ou destino
Entre corolas multicor
Ausentes de mim
Tão perto do fim
Da avenida que parece eterna
Mas morre a cada esquina
E ressuscita diferente
Com frutas aos pés
E onde fenecerei
Abaixo de folhas
No subsolo do dia
E tudo será noite
Na terra silenciosa