Os olhos dela

Os olhos dela prendem os meus.

Olhos doces, cor de mel.

É preciso dizer que são claros,

Mel puro na luz do sol.

No luar, escuros, prendem os meus.

Dos olhos dela emana paz.

Invocam nos meus sobriedade,

Mas enfim, estou bêbado.

É preciso dizer que estou bêbado

E que no copo de uísque os olhos dela também habitam.

Bêbado, o corpo está, os olhos estão,

a alma está – todos formam um conjunto embriagado

Sentados na escrivaninha, observando o mar que bate no cais,

E tudo grita por ela, tudo grita pelos olhos dela.

E é preciso calar a todos, acalmar a todos.

Planejo uma fuga, arrumo as malas, o destino espera.

Paris, Madri, talvez, o velho Egito!

Meu Deus! Entre os grandes faraós o coração não se aquieta.

E os olhos dela, os olhos de mel,

Os olhos que prendem os meus,

Me questionam dos olhos da grande esfinge.

07/05/2014

Leonardo Ramos

Leonardo Ramos de Almeida
Enviado por Leonardo Ramos de Almeida em 14/11/2024
Código do texto: T8196537
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