Acólito
O sopro que acende o amanhã
Enxuga a chuva caída
Revira o cheiro pétrico
Das lágrimas dos espinhos
Confronto a liturgia do poema
Bebi o vinho servido ao acólito
Que despe palavras estáticas
Das nuances das hóstias nuas
Realço o desejo oprimido
Nas angústias do passado
Vibro junto a Lua Negra
Que reza sem maldade
Na língua da serpente
A poesia escorre do anjo caído
Retalha luz na linha das estrelas
E morre no acaso da lucidez...