RATO ROEDOR

RATO ROEDOR

Par céu-terra,

novo horizonte encerra a borrasca,

brota a noite-sentinela.

As estrelas, os olhos do céu,

vigiam homens, floras, animais, águas... a Terra

- agredida demais -,

afrontada com barbaria pelo desejo humano de

ganhar tempo –

o rato roedor de tudo.

Par céu-água,

mar resoluto e

horizonte absoluto.

No imenso texto azul do planeta,

os signos flutuantes, fortuitos, aflitos

anunciam a comoção de nuvens,

o triunfo da procela.

Eia, desbravadores,

ganhar tempo!

Barcos, navios, caravelas, Titanic...

Rastros incertos de memórias,

acontecimentos ao acaso,

os fantasmas da História...

desmazelo das águas no tempo –

o rato roedor de tudo.

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é janeiro de 2008.