O Homem e o Vazio do Tempo
Ele acorda, ainda jovem, mas o corpo já cansado,
Dezoito anos de passos ao lado de alguém,
Agora, um vazio onde antes havia calor.
O mundo virou, e ele ficou parado,
Em um quarto solitário, sem o eco de um bem.
As paredes, testemunhas do que se foi,
Guardam o eco das risadas, dos planos e dos dias.
Mas agora, o silêncio pesa mais que a ausência,
E o que antes era futuro, agora é só lembrança fria.
Os amigos se perderam, seguiram seus destinos,
Cada um com seu caminho, com seus próprios medos.
Ele, no entanto, está parado, entre o ontem e o agora,
Como um rio que parou no meio, sem saber para onde vai.
Dezoito anos atrás, ele tinha tudo para começar,
Agora, parece que o tempo recomeça no mesmo lugar.
Mas o rosto no espelho já não é o mesmo,
A vida escorrega entre os dedos, e o vazio é seu dono.
E dentro de si, a luta.
A dúvida.
O conflito.
Ele se pergunta onde se perdeu,
Por que a vida passou e ele não notou.
Se os amigos se foram, se o amor se quebrou,
Quem será ele agora, neste novo mundo, sem a mão que o guiou?
O quarto, escuro, é um reflexo da mente inquieta,
E, embora o corpo esteja mais velho,
A alma ainda busca algo que não sabe onde encontrar.
Talvez, apenas o tempo consiga explicar.
E assim, no limiar do futuro e do passado,
Ele tenta se encontrar, mas se vê perdido.
Será que é possível recomeçar de novo,
Ou é o fim de um ciclo, já encerrado, já vivido?
O homem que antes tinha alguém para dividir o medo,
Agora se vê sozinho, diante de um espelho quebrado.
A única certeza que resta,
É que ele precisa continuar, mesmo sem saber para onde está indo.