Vaidade

E essa vaidade?

Com essa estrada e essas cinzas nos pés?

Fissuras de tempo exposto,

de dias desgastados,

no encontro de calma e vento.

Arranque a venda da carne,

que até teu nome ela esqueceu,

na guerra desencarnada e cartorial

que te opera a vida.

Que criatura cartesiana em ti

transmuta desejo em fato?

Por que este castelo de cartas

e esse sorriso aberto que teus olhos negam?

Atente-se ao tempo da sombra

que te opera a razão,

o lugar que te oculta sorri

mil estéticas de morte.