O Som da Ignorância
No mar de mentiras, as bocas se abrem,
mas o eco que sai é vazio e raso.
Reproduzem verdades que nunca buscaram,
são papagaios de luxo, sem pulso ou caso.
Clicam, compartilham, sem ler, sem pensar,
um ciclo de farsa que nunca tem fim.
Futilidades disfarçadas de ouro,
e a mente se afunda, num poço sem fim.
A verdade, esquecida, se esconde no fundo,
mas quem vai cavar? Quem quer se sujar?
É mais fácil viver na bolha do mundo,
onde o falso é doce, e o real faz chorar.
Desligam o cérebro, conectam a rede,
alimentam a máquina com lixo e besteira.
O saber é vendido como algo banal,
e a ignorância desfila, vestida de feira.
Enquanto isso, o punk caminha sozinho,
grita por dentro, sua fúria é intensa.
Não segue o rebanho, não vive o vazio,
pois sabe que a verdade não é recompensa.
Mas quem quer ouvir? Quem quer questionar?
Melhor seguir cego, melhor não pensar.
A ignorância é conforto, é status, é norma,
e o mundo se rende à sua vil plataforma.