Nas Cinzas do Deserto.

No deserto, vasto e cruel,

caminhou um homem só,

quarenta dias de sombras,

onde o sol queimava sem dó.

Os ventos eram lanças,

as noites, abismos sem fim,

e as areias, lágrimas secas

de uma dor que morava em mim.

As estrelas, testemunhas mudas,

viram suas preces, o vazio,

no horizonte, só tempestades,

e a promessa de um sombrio frio.

Mas no coração que desfalecia,

algo ardia, não se extinguia,

era o fogo de uma fênix oculta,

que na dor, renascia.

Ele caiu, ferido e fraco,

no chão, onde a alma perece,

mas das cinzas, veio o milagre,

um voo que o reergue e aquece.

E ao final, não houve triunfo,

somente o fim de uma jornada,

pois quem atravessa o deserto

carrega para sempre a estrada.

Arthur Marchesini
Enviado por Arthur Marchesini em 08/11/2024
Código do texto: T8192278
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.