Confissão

Já perdi o trem, a viagem

Já me perdi na vida, no vão

Mas a vida não se perdeu em mim

Me deu a mão, o colo, a cachaça

É necessário olhar-se em silêncio

É necessário abraçar-se em tempo

O poema que me sustenta é louco

É maior parte de mim, um poço

Minha pele, minha vertebras

Meu grito mais afoito, meu fosso

Minha prece, minha praga, minha alma

O poema é o meu avesso, meus ossos

Meu quintal, meu bem meu mal.

E se acaso o poema se aproveitar de mim

Que se aproveite até o fim.

Milton Antonios

08nov/2024

milton antonios
Enviado por milton antonios em 08/11/2024
Código do texto: T8192242
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