ENQUANTO OS VAMPIROS NÃO VÊM
Um tique antes da meia-noite
Estou só neste subúrbio distante do Universo
E os vampiros até aqui não chegaram
Tantos foram os segundos que caminhei
Pelas tortuosas veredas do tempo
Que nem mais me lembro
Do trigésimo-segundo tique
Que antecedeu a este tique
Antes que soe o derradeiro taque
No palpitar da vida que Deus criou
Ainda ofego incertezas das muitas que trago
Mas espero alcançar à meia-noite
Com hálito de uma boca cheia de alhos
No interior das minhas fatigadas veias
Circulam hemácias impregnadas de lembranças
E um punhado de leucócitos grávidos
De prolongados sonhos de eternidade