ENQUANTO OS VAMPIROS NÃO VÊM

Um tique antes da meia-noite

Estou só neste subúrbio distante do Universo

E os vampiros até aqui não chegaram

Tantos foram os segundos que caminhei

Pelas tortuosas veredas do tempo

Que nem mais me lembro

Do trigésimo-segundo tique

Que antecedeu a este tique

Antes que soe o derradeiro taque

No palpitar da vida que Deus criou

Ainda ofego incertezas das muitas que trago

Mas espero alcançar à meia-noite

Com hálito de uma boca cheia de alhos

No interior das minhas fatigadas veias

Circulam hemácias impregnadas de lembranças

E um punhado de leucócitos grávidos

De prolongados sonhos de eternidade

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 07/11/2024
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