...à beira da confissão...
...à luz tremeluzente de um lampião
A química é palpável.
Quase um terceiro personagem, silencioso,
Revelando, escondendo, explodindo
Enquanto a noite escura se pinta de dourado...
O último encontro acontece, assim:
- sem palavras.
Sobre o chão frio, apenas o som suave de passos.
Os corpos dançantes,
Sugerindo na troca de olhares intensos
Uma dança íntima de segredos ocultos, à beira da confissão...
A tensão paira no ar...
Pois, ambos sabem que o desenlace trágico se aproxima
Mas, seguem embalados pela melodia inaudível,
Clímax de um fim inevitável...
É nesse instante, carregado de peso,
A um só tempo belo e devastador
Que o noir se faz poesia pura...
...ah, quão insuspeitada é a magia!...
Enquanto a noite, finalmente os envolve,
O fim chega, com uma delicadeza mortal.
O último passo, silencioso e fatal,
Se funde à história de tragédia e paixão,
Apenas para se perder nos versos de um poema inacabado,
Que nunca se esquece...
Champagne - Peppino de Capri
https://youtu.be/Y8OZia5VRl4?si=eWk93bJPNqrKuWrC
(*) Imagem: Pinterest