As Joias do Xavante

Na Fazenda Xavante,

em São Gonçalo dos Campos,

o sol, como ouro líquido,

despeja seu brilho ardente

sobre a terra vermelha,

que pulsa com vida,

e sobre a floresta

abundante, vibrante e áspera,

que dança com o vento,

enquanto os tapicurus,

as baraúnas

e as catingas-de-porco

balançam seus braços extensos,

convidando a passarada

a entoar uma sinfonia celestial.

As quixabeiras,

como mães nutrizes,

formam seu solo próprio

— o maior tesouro para as plantas:

os hibiscos,

as hortênsias

e os chapéus-de-couro

— lindas flores,

que enfeitam os arredores

de minha casa

e de minha vida

com cores vivas

e perfumes sutis.

E, como se isso não bastasse,

os ipês erguem-se, pomposos,

com flores belas e únicas,

tão únicas como o último morango

a decorar a última fatia

de um bolo deslumbrante,

adornado de decorações de cristal.

Mas, em contraste,

os mandacarus

estendem seus braços espinhosos,

como sentinelas protetoras da floresta.

E, para tapar as lacunas da floresta,

as juremas verdes e espinhosas

espalham-se por todo o Xavante,

marcando a vegetação inconfundível

da fenomenal caatinga

— um bioma rico e resiliente do Brasil.

Neste santuário da natureza,

cada planta,

cada árvore,

cada flor,

cada bicho

é uma joia preciosa,

tecendo um manto de beleza e vida

que envolve minha alma.