A MULHER QUE PASSA

 

 

 

Aquela mulher que passa

deve ser feita da areia

de várias perdidas épocas.

 

Tem o doce olhar vagante

das primogênitas do velho Egito.

 

Seu caminhar determinado lembra

passos que conquistaram civilizações.

 

Seus gestos simplificados

dissolvem-se como pétalas caídas.

 

Sua voz pressentida deve ser

como o som eólico da harpa.

 

Assim imagino a mulher que passa.

Um elo entre a realidade luminosa

e a fantasia inesgotável do poeta.

 

 

 

 

 

 

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Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 04/11/2024
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