Encanto Ancestral

No Rio Negro a minha Aldeia

sou índio de encanto ancestral,

faço-me sol, lua e estrela guia ...

 

Sou água, florestas e mistérios,

no meu pensar surgem encantamentos,

canário, sabiá ou gorjeio do uirapuru

 

Escuto o zoar contínuo da cachoeira,

a piracema dos peixes em reprodução,

e a correnteza singrando para o Mar...

 

Volvendo, no sereno, eu doce orvalho,

nos encantos, a boniteza da flor do Ipê!

Fazendo-me lua cheia em aquarela!

 

Sou flor que se abre no raiar do sol,

nas cores do entardecer em arrebóis,

bailo sobre ouro, nióbio e esmeraldas...

 

Na Aldeia danço, canto, rimo e sou poesia,

amando a fauna e a flora de eterno vigor

arco-íris seiva das belezas da vida,

 

À sombra da Samaúma, nas noites prateadas,

o espírito liberto pulsa forte em inspiração,

e nascem os poemas do céu das poesias.

 

 

 

Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 04/11/2024
Reeditado em 10/11/2024
Código do texto: T8189543
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