NA MINHA MORTE NÃO CHORE

E no dia em que eu

O sono eterno dormir

Não derrame lágrimas diante da minha sepultura

Ali é só terra impura

Eu não estarei ali.

Em direção ao firmamento

Voando a força do vento

Nas lembranças viverei.

Viverei no vento livre

Que sopra livre ao léu

No cintilar das estrelas

Que brilham lindas no céu

No brilho do diamante

Que na neve resplandece

No amadurecer do trigo

Que no campo o sol aquece.

Viverei na chuva suave

Que no outono vai cair

No silêncio das madrugadas

Nas crianças a sorrir

Estarei viva e radiante

Nas primeiras horas da manhã

Estarei segura nos braços

Da minha mãe Iansã.

Estarei viva na graça

Da corrida dos passarinhos

Que louvam a alvorada

Com o cantar em seus ninhos

Viverei na suavidade

Da noite que vem chegando

E em cada flor que desabrocha

E o perfume espalhando.

Estarei na serenidade

De uma sala tranquila.

Em cada canto da casa

No vinho e na tequila

Estarei viva em tudo

Nas rosas brancas e amarelas

Estarei viva no amor

E em todas as coisas belas.

Então, não chore sobre a minha sepultura

Eu não estarei ali

Não precisa fazer juras

Porque eu nunca morri.

Cigana das Rosas
Enviado por Cigana das Rosas em 04/11/2024
Reeditado em 04/11/2024
Código do texto: T8189506
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