NA MINHA MORTE NÃO CHORE
E no dia em que eu
O sono eterno dormir
Não derrame lágrimas diante da minha sepultura
Ali é só terra impura
Eu não estarei ali.
Em direção ao firmamento
Voando a força do vento
Nas lembranças viverei.
Viverei no vento livre
Que sopra livre ao léu
No cintilar das estrelas
Que brilham lindas no céu
No brilho do diamante
Que na neve resplandece
No amadurecer do trigo
Que no campo o sol aquece.
Viverei na chuva suave
Que no outono vai cair
No silêncio das madrugadas
Nas crianças a sorrir
Estarei viva e radiante
Nas primeiras horas da manhã
Estarei segura nos braços
Da minha mãe Iansã.
Estarei viva na graça
Da corrida dos passarinhos
Que louvam a alvorada
Com o cantar em seus ninhos
Viverei na suavidade
Da noite que vem chegando
E em cada flor que desabrocha
E o perfume espalhando.
Estarei na serenidade
De uma sala tranquila.
Em cada canto da casa
No vinho e na tequila
Estarei viva em tudo
Nas rosas brancas e amarelas
Estarei viva no amor
E em todas as coisas belas.
Então, não chore sobre a minha sepultura
Eu não estarei ali
Não precisa fazer juras
Porque eu nunca morri.