Porta da saudade 


Por entre os lírios
crisântemos e rosas
indaguei pela porta da saudade
disseram-me que não sabiam
onde era 

Por entre o vento
as nuvens e o Sol
disseram-me que não sabiam
da existência de tal porta
As lágrimas correram-me pelo rosto 

Desesperado sentei-me
no rochedo perto da praia
Então do mar soou
uma voz arrastada pelas ondas
uma voz infantil 

Seria a voz da minha infância?
Seriam os cânticos do passado?
Estaria ali o portal da saudade?
Então as ondas se abriram
e convidaram-me a passar 

Ouvia gritos de alegria
e a saudade da minha voz
entrou de mansinho
levantada por um pedestal
Dali avistei o passado 

A tua alma estava presente
por tempos recuados
talvez esquecidos
A minha infância dançava
por entre gnomos e duendes 

E ali passei para o futuro
coberto de recordações
de saudade em te ver
em espaços longínquos
no túnel do amor 

Encontrei-te
e quiseste vir comigo
para novas recordações
passadas cobertas de amor
talvez renovado
no meu quarto solitário.

pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 16/01/2008
Reeditado em 25/01/2010
Código do texto: T818936