NUNCA FUI MODERNISTA. NÃO SOU HERDEIRO DE 22

Não sou herdeiro da semana de 22,

não reverencio os vanguardistas

que sucumbiram ao fascismo varguista,

que reinventaram a literatura e a nação

com as benções da elite paulista.

Nunca estive entre os nacionalistas,

idolatras da língua pátria.

Minha escrita é uma navalha

contra o canto das três raças,

contra o modernismo de Estado,

contra o ego dos literatos,

manifestos desvairados e populismos de salão.