Serpente Sagrada

Serpente antiga, desliza em silêncio,

com o peso do tempo em tuas escamas,

guardas segredos do ciclo e do remédio,

sob tua pele, a promessa trama.

Tuas voltas e voltas, o laço da cura,

enlaçam o corpo, renscem a carne,

em cada mudança, a pele se despede,

um rito eterno, que o veneno invade.

És a marca que adorna o cajado divino,

ao lado da morte, rastejas sem medo,

remédio e perigo, veneno e antídoto,

no ciclo da vida, é fogo e enredo.

Quem te entende, entende a ferida,

que para curar, é preciso o corte,

és sagrada serpente, guia de mundos,

a cura que vive à sombra da morte!