ARISTOCRACIA

ARISTOCRACIA

Na pequena mesa de carvalho

Coberta com toalha rendada,

O velho aristocrata tomava

Se ralo chá de capim santo.

Explorada desde a infância

A criada servia o chá

Em xícaras de porcelana da índia,

Sobra dos velhos tempos de fartura

Quando se exercia a escravatura.

O velho sem posses, mantém a pose

Sem deixar morrer a arrogância

Mas já sem forças para manter a ganância

Dos tempos áureos da exploração.

O velho limpa a boca murcha

Com o lenço de linho puído

E volta a cochilar na varanda

Na velha cadeira espreguiçadeira.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 03/11/2024
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