Lágrima de pedra

É pé que pisa o caminho

É pedra que rola,

Se cala, sozinha,

Lá onde a força se revela,

É lágrima que escorre

Lágrima de pedra,

Sem fim nem início,

Chorando em segredo, carregando o suplício.

Tão densa e bruta,

Mas pura e sincera,

A pedra que chora,

Que endurece e espera,

Seu peso é história,

Sua dor calada,

É lágrima de pedra,

Jamais quebrantada.

E enquanto o tempo

A envolve e gasta,

Cada gota do que foi

Nela se arrasta,

E o que antes era pedra,

Vazia e fria,

Agora é suspiro

De antiga agonia.

Autor:

Adilson Ferreira dos Santos