MEUS MORTOS

Há mortos que me habitam

contra o tempo, a eternidade

e o silêncio.

Há mortos que são mais intensos

do que os vivos que me frequentam.

Eles nunca param de morrer,

de desaparecer, de acontecer,

onde, cada vez menos, existo

e, cada vez mais me rendo

ao meu próprio silêncio.