Dizendo Adeus
Não obstante o momento/
Sigo lento/
O silêncio das horas/
Você parece sem fim/
Mas é a imagem ruim/
De todos as nossas dores/
Te amei até o limite/
De perceber, que você/
Ficou amarga/
Nos arredores da sala/
Sob a harmonia da pausa/
Nossos encontros/
Viraram agressões/
Porque você felina/
Permitiu a imoralidade da carne/
Subornar a essência/
Do que te oferecia/
Um amor /
Que não se vende a obsessão/
De coisas/
Agora que não se tem mais horas/
Só posso te dizer adeus/
Meu corpo cansado/
Meu juízo reformado de palor/
Não consegue ver em você/
Além da perfidia e a dor/
Tuas palavras sangram a boca/
Teus carinhos ferem a roupa/
Que a minha alma/
Desejou um dia/
Pra fazer a nossa dança/
Entre nós não há mais respeito/
E o teu leito/
Me parece obstinado/
Só a se vingar/
Daquilo que tu foste a maior vítima/
O mundo perdeu a identidade/
E a tua obra/
Não é a arte, que viceja/
Sinto em teu olhar/
Que me queres de volta/
Por não aceitar/
Que eu, hoje independo de ti/
Contigo não consigo mais sonhar/
Por isso amor/
Me deixe seguir ao luar/
Ao som quieto/
Do que passou/
O tempo que fui feliz bastou/
Quero agora caminhar/