Ciranda de Pedra

 

Entre copos que refletem carrancas

imaginarias, quadros artificiais retratam

o viço perdido em risadas falsas.

Convescotes diários cerzem a fazenda

de fios, invisíveis à cegueira deliberada do social.

Se eu pudesse, por um momento o romper

com as amarras do ser humano, nem por um segundo

cerraria os olhos ao intento.

Desprezo em nojo enlutado

que me acalenta o imaginário epitáfio.

Não tenho mais a paciência para

a atrição; cada hora do atraso antecipa a chegada

ao liminar do teatro cotidiano.

Do social.

Rua treze, centro da cidade.

Planeta desconhecido.

Saliva e pus, oferto sobejo às faces dos meus pares

que embriagam-se entre copos de vidro,

iludem-se no embotar sináptico,

sob o etílico sobriamente nutrido.

Iguais a mim.

Copos de vidro,

olhos de areia,

corações de mármore.

Ciranda de pedra.