Autópsia do Dia
Fiz autópsia do dia, era tarde,
O sol se despedia, um luto à parte.
As horas se esvaíam como areia na mão,
E a luz se apagava em uma lenta canção.
No relógio, o tempo marcava seu fim,
Cada ponteiro um eco, um sussurro de mim.
As sombras se alongavam, dançavam em vão,
Enquanto a noite chegava com sua solidão.
Só necropsia restava, a noite defunta,
Silêncio profundo que a vida afronta.
As estrelas se escondiam sob véus de tristeza,
E a lua olhava tudo com sua frieza.
O que sobrou do dia? Fragmentos perdidos,
Sonhos desfeitos e anseios não vividos.
Na penumbra da noite, revivo a dor,
Mas também a esperança que ressurge em amor.
Fiz autópsia do dia era tarde