Em qual estação

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Alcancei a estação, estacionei na melancolia

ao descer do trem, deixei para trás um sonho

que desisti de sonhar... ele não, acompanhou

até aqui os meus passos...

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A viagem não foi tranquila, ainda me deparei

à janela com o sertão da minha infância, onde

descalça eu corria, tonta, menina nem triste,

nem alegria, o meu mundo era de fantasia ...

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durante a viagem inteira, pelas curvas e pelos

trilhos, no movimento, a minha visão embaçou

e na confusão da minha mente, saí do passado,

desliguei-me do futuro, encarando o presente.

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Olhei nos olhos daquele tolo sonho insistente

e falei - escute o que a minha alma tem à dizer;

Feito trem unido aos trilhos, um dia carreguei

na alma, um sonho do qual hoje sou descrente.

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Um trem descarrilhado, sem querer me tornei,

sem compromisso, com nada e nem ninguém...

vou vivendo os caminhos, feito ave pousando,

estações que delas, nem sei.

 

 

Liduina do Nascimento

 

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Enviado por Liduina do Nascimento em 29/10/2024
Reeditado em 14/11/2024
Código do texto: T8184626
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