Poço de Promessas
No fundo deste poço, guardei pedaços
De sonhos e juras, de amores escassos.
Afundei esperanças, larguei madrugadas,
Num eco que volta em palavras caladas.
Há promessas quebradas que ainda flutuam,
Rodeando lembranças que nunca recuam.
Sussurros antigos, silêncio abafado,
E o peso de um adeus que ficou no passado.
Cada gota que cai me traz um porquê,
Dos "e se" que ficaram, das chances sem fé.
Entre sombras e águas, um brilho aparece,
Reflexo incerto de quem me esquece.
E assim, neste poço, vejo refletido
Um amor desbotado, jamais esquecido.
Como quem espera a fonte secar,
Eu permaneço, sem saber largar.