Detalhes sórdidos

Ainda estou no meio do caminho

O mundo é tão estranho, as coisas fora de lugar, escuridão,frio...gemidos no ar...

Soluço, a jornada é árdua e não consigo observar nada além dos detalhes sórdidos

Eu vou seguindo lentamente debaixo desse sol em transe que arde o meu juízo

Apenas ando... é tudo que consigo fazer por hora

Meu coração está tão machucado que qualquer toque, por mais leve que seja, ele sangra...

As feridas estão abertas, cruas, inflamadas

Que até o carinho dói

É sentido como um peso

E pega nas veias fazendo-me chorar

Por medo, penso em desistir

Mas por que desistir se estou no meio do caminho? Penso eu...

O medo de me esquecer para outra vez viver por você é enorme

As incertezas são infinitas...

E as perguntas eu nunca soube responder

Tento não falar nada, não dar sinais

Percebo que o silêncio faz mais barulho

Não vou mais me despedaçar para manter você junto a mim

É preciso saber a hora de soltar as mãos

De romper as acordes que me tocam

Fui tão longe para poder encontar você

Que me perdi de mim só havia você

Ah, eu enlouqueci presa nessa loucura

Eu não mais aceito falta de amor,

Migalhas, não!

Seguir meu rumo é preciso

Cansei de sentir tantas dores

Quero ficar curada para poder viver

Libertar-me de quem tanto me fez sofrer

Recomeçar, reaprender a viver...

Lamber minhas feridas...

Porque em feridas abertas até o carinho machuca e dói...

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 28/10/2024
Reeditado em 29/10/2024
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