CARTIÇAIS, VELAS E NOVENAS

CARTIÇAIS, VELAS E NOVENAS

Faltou na minha vida até aqui

A dureza e a proporção do revide

A resposta incisiva para a ofensa

A respiração para sufocar o pranto.

Tanto me doei, desgastei-me tanto

Que provoquei no mais fraco

A sensação de não ser forte.

Sangrei até exaurir, empalidecer

Deixei que minha corne moessem

Juntamente com meu espírito.

Até os cães de rua mijam em mim

Os gatos enterram o passado de glória

Do que vale ao homem a sua história

Se o rosto não aparece na capa

Se todos têm curta a memória

E os bons feitos lhes escapam?

Com o corpo e orgulho feridos

Querem meus joelhos no chão

Sem gritar, emitir algum gemido

Para acreditar com resignação

Que a vida, enfim valeu a pena

Todo sacrifício não foi em vão...

- Enfiem os castiçais, velas e novenas

Em quem me condena prometendo salvação.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 28/10/2024
Reeditado em 29/10/2024
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