imagem/LReinhardt

  

 

 

 Na estrada enluarada

   soltava versos como balões acesos

   que faiscavam nas cumieiras

   qual fagulhas rendeiras

  Tudo era lume vagalumes

   Do sótão via tudo

    casa  templo mundo

   A fumaça dançava da chaminé

   recolhia o silencio que lhe vestia o

   sobretudo

   agasalhava bem o velho  realejo

  O vento emudecia a escuta-lo

  suas dores seus amores

  o tedio longe do sol

  e sempre procurava o sol

   que se escondia

  atras da rocha no jardim das teias

 onde os espinhos flertavam 

 com os pés

  véus da saudade esvoaçavam

  flores de vento chapiscavam-lhe desencantos...

  ele bebia o silencio

  e embriagava-se 

 para não morrer...