MÉDICO OU MONSTRO?
Médico ou monstro,
ambos trafegam no mesmo chão,
ambos desfrutam do mesmo ar,
ambos tocam o mesmo sino.
Médico ou monstro,
vai saber, quem vai saber,
ambos reinam ilesos,
ambos surgem do nada,
ambos são lados de nós.
Médico ou monstro,
depende das turbulências do voar,
depende da crina de cada medo,
depende do fio de cada suor.
Somos médicos e monstros a toda hora,
afloramos um ou outro quando dá na telha,
evocamos um ou outro quando o coração destila,
quando o coração assim decide cantarolar.
Médico ou monstro,
assim tocamos a boiada, assim rege a partitura,
até tudo misturar e não sabermos mais,
definitivamente,
se sobrou algum médico,
ou se ficou algum monstro.