Poema Microcontado

 

Era noite, 

sempre ela,

À noite,

Sempre, a mais bela,

Saudade que corta em açoite

 

A bruma desenha em linha reta,

Caminhos melódicos nos ares,

Tomam pela mão o pretenso poeta,

 Lembrança que afaga, suave, os pesares.

 

De longe, trilho a estrada para São José,

Numa cena recordada, 

A Imagem antecipada,

Pueril, brinco de bem-me-quer...

 

Era dia, quando, do nada, apareceu,

A mão, envolta em perfume,

Mesmo suave, não arrefeceu,

à imagem do céu e seu lume.

 

Nas ruas da Liberdade,

Em lua cálida nasce idílio distante,

Arquitetado aos poucos, sem alarde,

Aos poucos, agora, invade.

 

Resta coroá-lo num beijo,

Roubado, ensaiado em lúdica mente,

Unido em sal de lágrimas, antevejo,

Tez adorável, Bárbara, simplesmente.