Nenhum adeus é pra sempre
Cai a lágrima do adeus
Seja grande ou pequena
Na despedida terrena
Como cântico de saudade.
Cai a lágrima do adeus
No peito cheio de dor
Como gotas na flor
Em dia de tempestade.
Mas no céu tão azulado
Cai a lágrima de alegria
No reencontro abençoado,
No abraço apertado
Dos amores que se têm!
Lá no céu tão azulado
Cai a lágrima que anuncia
O bem que foi plantado
E o quanto se é amado
Na Terra e o no mais além!
É por isso, alma querida
Que a lágrima é sagrada
Fonte d'água tão salgada
A nascer da emoção.
Ao lavar a alma aflita
Cada lágrima se faz cura
E desmonta a armadura
Que recobre o coração.
Eu te digo, com toda certeza:
Adeus não é infinda despedida
E sim uma vírgula entre a vida
No tempo da eternidade.
Diante da incontestável beleza
Do amor que rege o mundo,
Magnânimo e tão profundo
Rogo ao Pai, por piedade:
Olhai a dor que se revela
De saudade ou amargura
Para que liberto, evolua
Todo filho pra eterna luz.
Diante desta prece singela
Toda lágrima entristecida
Tenha alento, paz e guarida
Nas mãos brandas de Jesus.