A floresta úmida

Longas corredeiras desciam morosamente

Num murmúrio que fluía suave e constante espalhando no ar o cheiro de terra molhada,

Dando sentido a vida em profusão daquela floresta exuberante e úmida onde as imensas árvores entrelaçavam-se vertiginosamente num abraço apertado

E milhares de lindas flores coloridas brotavam por todos os cantos da mata encantada

Os bichos corriam pelos vales e campos de lá pra cá, felizes, soltos e sem medo

A luz dourada do sol filtrada pela altas copas da árvores caia em feixes singelos

E formava um véu de mistério e raro esplendor

Lembrando a finitude humana diante daquela imensidão verde que se exibia

Qualquer palavra era pequena demais para descrever a paisagem que se estendia a perder de vista numa infinita paleta de cores, de cheiros e de vida

As palavras fugiam, tornavam-se rasas e supérfluas para descrever a beleza esplendorosa daquele paraíso perdido na Terra

O vento cantava uma linda canção ao mover-se entre milhões de folhas

A atmosfera misteriosa das encostas e das rochas enchiam o ar de magia e encanto

Parecia que todas as coisas se dissolviam diante daquele espetáculo bruto da natureza

O ar que da floresta exalava, trazia uma profusão de cheiros inebriantes

As aves coloridas voando livremente cantavam melodias e pareciam riscar o intenso azul do céu

Tão bela e brutal era aquela natureza selvagem

Tão grandiosa era sua beleza que a precariedade humana tornava-se nitidamente refletida diante daquela explosão de vida e de cores

Ali o homem se fazia pequeno e finito

Enquanto a natureza se revelava imponente e intocável.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 24/10/2024
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