A floresta úmida
Longas corredeiras desciam morosamente
Num murmúrio que fluía suave e constante espalhando no ar o cheiro de terra molhada,
Dando sentido a vida em profusão daquela floresta exuberante e úmida onde as imensas árvores entrelaçavam-se vertiginosamente num abraço apertado
E milhares de lindas flores coloridas brotavam por todos os cantos da mata encantada
Os bichos corriam pelos vales e campos de lá pra cá, felizes, soltos e sem medo
A luz dourada do sol filtrada pela altas copas da árvores caia em feixes singelos
E formava um véu de mistério e raro esplendor
Lembrando a finitude humana diante daquela imensidão verde que se exibia
Qualquer palavra era pequena demais para descrever a paisagem que se estendia a perder de vista numa infinita paleta de cores, de cheiros e de vida
As palavras fugiam, tornavam-se rasas e supérfluas para descrever a beleza esplendorosa daquele paraíso perdido na Terra
O vento cantava uma linda canção ao mover-se entre milhões de folhas
A atmosfera misteriosa das encostas e das rochas enchiam o ar de magia e encanto
Parecia que todas as coisas se dissolviam diante daquele espetáculo bruto da natureza
O ar que da floresta exalava, trazia uma profusão de cheiros inebriantes
As aves coloridas voando livremente cantavam melodias e pareciam riscar o intenso azul do céu
Tão bela e brutal era aquela natureza selvagem
Tão grandiosa era sua beleza que a precariedade humana tornava-se nitidamente refletida diante daquela explosão de vida e de cores
Ali o homem se fazia pequeno e finito
Enquanto a natureza se revelava imponente e intocável.