EM VEZ de SINOS
Em quais olhos os homens vêm
andando
a procura do Éden de mulheres nuas e cavalos brancos de chamas?
Uma estrela morta me esmaga a consciência
é como se os esgotos desembocassem
no eu que me dorme.
Mal? mal?
Mal. Sempre deitado com areia no cérebro
e ventos molóides nas mãos.
Meu olhar é água que transborda
da corneta dos maremotos ou raio
qu'em fúria faz destroços da pedra,
quando a cidade vazia sofre sofre e ressofre
a dor de um parto abandonado.
Os bandidos se reúnem sob a igreja-alada
que armada de canhões (em vez de sinos)
revolve a terra desenterrando dúvidas.
(fevereiro de 1.980)