CHÃO ALFORRIADO
Das mãos, brechas, sombras que fascinam,
Cantos que trago pouco untados,
Raramente percorridos,
Raramente alinhavados,
Raramente saciados.
Tecos ainda a carpir, a acarinhar,a parir.
Dos quais desconheço as rédeas, cheiros e arremates.
Dos quais temo a lida, o rastro, a rédea, o não.
Resguardo esses cantos com medo.
Apuro seus gizos no suor da fé,
Escuto cada soar de suas pétalas e senzalas.
Venero o flanco do seu voar.
Quisera acudir tantos poros aflitos.
Quisera viscerar cada pião atordoado.
Quiser colocar à deriva esse manto atroz.
Hoje, rendido, dou meu peito pra saciar seu tono,
Dou minhas tantas almas pra dispersar seu motim,
Dou meus trocos pra esquecer o chão alforriado.