UNIVERSO(LAR)

UNIVERSO(LAR)

Pseudônimo Orfandade

No exagero da linguagem metafórica

O cobertor dos versos indigentes

A costura da tapeçaria textual

Aonde estão as poesias presentes?

Na gênese da Palavra Sagrada...

Nas gastas sandálias peregrinas

Louvores rimados em pergaminhos

Ou no olhar pedinte das esquinas?

Na areia movediça das hipóteses

Aventura de um navio mercante

Na catarse literária que nos salva

Cântico sedutor de sereia elegante

Tatear a tez diáfana para algum deleite

Satisfazer aquela luxúria desejada

No pompoar movimento primitivo

Na conveniência hipócrita, camuflada

Na expressão de vocábulos cirúrgicos

Estoura a represa lacrimejante de dor

No olhar esperançoso para o futuro

Há mola humana propulsora do amor

Na maternidade de um filho velado

Na ausência da mãe que há tanto jaz

Num aceno mudo das despedidas

E nos acordos verdadeiros pela paz

O ditador Tempo sempre consome

Minha escrita em pedras talhadas

As palavras líquidas engolidas

Em linguagem poética, lapidadas

Com a bússola chamada intuição

Na efemeridade das singelezas

Vulnerabilidade da vida humana

Norteadora de algumas bonitezas

Explode uma emoção vulcânica

Ao decifrar mensagem engarrafada

Num mar de vocábulos hieróglifos

Na lama do teu deboche, afogada

Na volta de um soldado da guerra

Mapa do tesouro, criança inocente

Sou forasteira dirigindo no deserto

A procura de vestígios do ser gente

Alguém distingue o que é poesia

E quem sou eu nela, mergulhada?

Talvez andarilha, profana ou Divina

Pelo mistério universal, habitada...

@janaina.belle

Palavras Líquidas
Enviado por Palavras Líquidas em 23/10/2024
Reeditado em 12/11/2024
Código do texto: T8180053
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.