UNIVERSO(LAR)
UNIVERSO(LAR)
Pseudônimo Orfandade
No exagero da linguagem metafórica
O cobertor dos versos indigentes
A costura da tapeçaria textual
Aonde estão as poesias presentes?
Na gênese da Palavra Sagrada...
Nas gastas sandálias peregrinas
Louvores rimados em pergaminhos
Ou no olhar pedinte das esquinas?
Na areia movediça das hipóteses
Aventura de um navio mercante
Na catarse literária que nos salva
Cântico sedutor de sereia elegante
Tatear a tez diáfana para algum deleite
Satisfazer aquela luxúria desejada
No pompoar movimento primitivo
Na conveniência hipócrita, camuflada
Na expressão de vocábulos cirúrgicos
Estoura a represa lacrimejante de dor
No olhar esperançoso para o futuro
Há mola humana propulsora do amor
Na maternidade de um filho velado
Na ausência da mãe que há tanto jaz
Num aceno mudo das despedidas
E nos acordos verdadeiros pela paz
O ditador Tempo sempre consome
Minha escrita em pedras talhadas
As palavras líquidas engolidas
Em linguagem poética, lapidadas
Com a bússola chamada intuição
Na efemeridade das singelezas
Vulnerabilidade da vida humana
Norteadora de algumas bonitezas
Explode uma emoção vulcânica
Ao decifrar mensagem engarrafada
Num mar de vocábulos hieróglifos
Na lama do teu deboche, afogada
Na volta de um soldado da guerra
Mapa do tesouro, criança inocente
Sou forasteira dirigindo no deserto
A procura de vestígios do ser gente
Alguém distingue o que é poesia
E quem sou eu nela, mergulhada?
Talvez andarilha, profana ou Divina
Pelo mistério universal, habitada...
@janaina.belle