INSANIDADE

Onde foi parar o tempo

O vento e o mar?

Não vejo, não sinto

Onde estou?

As cores se mesclam e se multiplicam

Num caleidoscópio celestial

Onde não reconheço ares e sombra

Num silêncio que me faz doer a audição

De um nada e um vácuo.

Ó vento, onde se escondeu?

Tempo, ó tempo, estás passando?

Só respiro um ar que desconheço

Que mantém vivo um corpo errante.

Vagando entre espinhos e planícies

Estradas inúteis, pra lado algum

E caminhos que sustentam descalços pés

Cansados de andar na solidão.

Ao longe, além do horizonte

Na imensidão sem fim de intermináveis ocasos

E incontáveis dias e noites em pausa.

Sigo o caminho adiante

Até onde as poucas forças me levam

Enquanto esgoto energias que desconheço.

Somente sigo, porque sigo vivo

Compreendo que alguém deve estar lá

No fim desse caminho infundável

Ou talvez de encontro a mim

Em igual mundo desconexo

De horizontes e planícies

Caminhos e descaminhos

Cobertos por cores várias e ares rarefeitos

À espera de um sinal

De uma outra vida

Que alimento o impulso desses passos quase inertes.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 22/10/2024
Código do texto: T8179253
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