Alma adormecida
Adormecida, a alma de asas caídas,
com o coração, fraco em suas batidas,
há muito perdeu a vontade de voar!
Sequer corre contra o tempo, vive somente
por viver...
Esse mesmo tempo, que não espera,
ainda assim, sabe que é preciso correr.
Por não ter mais voz nem ouvidos,
de muitas coisas se cansou...
e agora nem disposição tem para sofrer.
Sem tempo para parar, para escutar,
o coração com o silêncio se conformou.
A sua fragilidade o impede de forçar
qualquer coisa fora do alcance
das coisas que a sua alma tanto sonhou.
Sem tempo para ler, sem escrever,
percebe o curto tempo que tem de seu,
agarra-se a qualquer coisa banal
para viver.
Vive agora sem espera ou lamentos,
guardará em segredo, tudo aquilo
o que o amor lhe deu para cedo não
morrer.
Entrega-se a ocupações outras,
a intenção é acreditar num tempo futuro,
que sua luta deixe alguma semente, enquanto
a vida foge para alguns, para outros,
apressada a vida sem graça, passa,
a alma desanimada, disso nem quer fugir.
No que chama de vida real, busca motivação
ou negação, que seja, para dar algum sentido
ao seu próprio existir.
Liduina do Nascimento