Uma alma perdida

I - REVELAÇÃO

Eu vejo um caminho proibido

Nesta minha mente insana e sem rumo

Meus olhos se fecham mas meu corpo não está adormecido

Num promessa cega

Esperança é tudo que eu consumo

Solitária, vagueia minha imaginação

Banhada em um mistério desconhecido e vão

Seguindo o fluxo de meu próprio sangue

Em uma dança descompassada

Neste túmulo, minha sorte desamparada

Envelhecida pela escuridão...

E eu não sei o que vou encontrar

Ultrapassando as fronteiras do infinito

Meu espírito resistindo à cobiça

De ter tudo que meus olhos acham bonito...

Que a vida tão breve me permita ter a revelação

E que eu me salve de toda injustiça

E esses versos terminem em uma oração

II - MINHA PRIMEIRA ORAÇÃO

Meus joelhos me fazem me redimir

Avaliando o resto de minha vida

Minha alma esteve em um coma infernal

Lamentando ter sido rapidamente esquecida

Enquanto em mim, ainda caía o temporal

Oh Deus, que palavras devo usar

Esse tapete de pecados não me levará ao altar

Mas é dele que ainda não consigo sair

Esse medo de falhar ainda me devora

Pois eu sou a primeira que sempre chora

Quando a felicidade teima em me esquecer

Se esta prece finalmente me salvar

Minhas mãos se unirão em um segundo

E é esta maldição que irá se afastar

III - MINHA ULTIMA ORAÇÃO

Pela última vez esses olhos se fecham

Em uma agonia sem fim

Esse Deus ainda não teve pena de mim

Nesta longa jornada

Minha fé tornou-se quase nada

Devo eu esperar eternamente

Por um momento ainda mais pungente

Para minha prece enfim prevalecer

Nessa grande e distinta multidão

E enfim alguém reconhecer

Que eu gastei minha última oração

Por mais que o caminho seja longo

Eu já sei o que vou encontrar...