Esquina

Há na próxima esquina

Uma casa sem morada

Vazia e triste

Lá não existe sonhos

Todos esquecidos, talvez

No boloro da parede

No espaço vazio de um azulejo que se soltou

Quem sabe até

Na lâmpada empoeirada

Que não ilumina

E existe solitária

No bocal reservado a tantas outras que faltam

Casa vazia numa esquina igualmente vazia

Prédios sufocam sua existência